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Como é dirigir o carro elétrico da Tesla

Test Drive do carro elétrico da Tesla

Após agendamento prévio e diversas etapas ocorridas via e-mail, conseguimos marcar um Test Drive de um carro elétrico da Tesla!

Chegamos à concessionária da Tesla, eu, minha mulher e meu sogro, prontos para dirigir um carro 100% elétrico. Ironicamente, estávamos de carona em uma Ford F-150 (UberX!), um carro gigantesco e notável pelo seu consumo de gasolina, com motor V8 de 5.0 L

Ao entrar na loja, no horário agendado, a vendedora nos recebe sorridente e pede para ver a minha carteira de motorista internacional (PID). Nota-se que o showroom é pequeno, se comparado com as concessionárias do Brasil, mas ainda era maior do que a concessionária da Tesla em Manhattan (que tinha apenas um carro e uma cadeira, onde o vendedor ficava esperando os clientes). Mais tarde notei que havia outra sala bem maior onde era a oficina da concessionária.

De um lado, havia itens promocionais da marca à venda, como camisetas e bonés. Do outro, no alto da parede, pendurou-se amostras de peças dos carros, apresentando-se as cores e acabamentos possíveis para o seu futuro veículo. De cada lado da loja estava um dos modelos da marca já em produção (o Model S e o Model X) e no meio, um esqueleto dos carros, mostrando os principais componentes de um carro elétrico.

Podemos ver o quão simples é o carro elétrico. Temos o chassi, um motor para cada eixo (traseiro e dianteiro. O modelo mais potente tem 2 motores na traseira), ar condicionado e outra caixinha que suponho ser para bombear o fluido de freio. Além disso, as baterias não são visíveis, mas formam o assoalho do carro e tem espessura parecida com baterias de notebook (de acordo com a vendedora). Este é um dos aspectos mais interessantes do carro elétrico. Além de tornar o centro de gravidade do carro muito mais baixo, trazendo estabilidade, aumenta a segurança no caso de batidas laterais.

Vamos aos carros. Entramos no Model X, o SUV da marca.

O carro em exposição tem apenas 4 assentos, mas é possível comprá-lo com até 7. As portas dianteiras tem abertura normal e as traseiras são do tipo “asa de gaivota”. Todas abrem com um toque e sensores impedem que elas batam em algum obstáculo, como o carro ao lado. Como o motor do carro é muito pequeno e não precisa de radiador, sobra muito espaço. Ambos os carros tem porta malas na frente e atras.

No meio do painel, um tablet gigante é usado para controlar tudo. Começando pelo ar condicionado dual zone, o radio (que toca online a maioria das rádios do mundo, inclusive antena 1 FM), navegador Google Chrome para pesquisar na internet, câmera de ré e uma tela onde o motorista pode selecionar a altura da suspensão, rigidez do volante, etc.

Um aspecto interessantíssimo é o GPS do carro. Selecionamos o destino como após Angeles, que está a mais de 450 km de distancia. Ele já me mostrou na tela dois pontos de recarga, nos quais utilizando-se as tomadas da Tesla (chamadas de Supercharger), o carregamento é muito rápido. No nosso caso, se fizéssemos duas recargas de 20 minutos, chegaríamos em Los Angeles com uma carga e autonomia apresentada na tela. A Tesla oferece uma cota de anual de energia nessas tomadas, gratuitamente, equivalente a 1.600 kM rodados.

Em relação ao carregamento convencional, se for utilizada tomada trifásica, carrega-se 48km de autonomia por hora. Se for na tomada normal de casa,  monofásica 110V, 48 km em 8h. Ja no carregador da Tesla (o supercharger), é possível carregar o carro em menos de uma hora. A potência máxima do carregador (por carro) é de 120 kW.

O test drive de fato

A atendente, extremamente simpática, me pergunta qual dos dois modelos quero dirigir. Entusiasmado com seu design e por ser um modelo mais novo, escolho o Model X. Então ela me pergunta o por quê. Rapidamente ela me convenceu de dirigir o Model S. Disse-me que este é 500 kg mais leve, mais baixo e mais esportivo. Ambos os carros tinham tração nas 4 rodas.

O carro disponibilizado era muito bonito. A vendedora me disse que devido a um evento que ocorreu na semana anterior, eles estavam com carros novos. O exemplar que me “emprestaram” foi o Model S P100 e tinha teto de vidro e o conjunto de baterias mais novo da Tesla, com 100 kWh de capacidade. Não era o mais rápido (que é o P100D, 0-96 km/h em 2,275 s, recorde entre todos os carros produzidos em série do mundo), mas, de acordo com a vendedora, faz 0-96 km/h em 3s e é o modelo com maior autonomia (mais de 500 km por recarga).


Começando pelo mais simples, o modelo tem partida sem chave (apenas um chaveiro com formato do carro original). Se você aperta no bagageiro do chaveiro, por exemplo, o bagageiro do carro abre. Bem divertido. Ao entrar no carro, percebe-se um acabamento elegante, com materiais de extrema qualidade. Os bancos te abraçam perfeitamente. No painel na minha frente temos a velocidade, gráfico de uso da bateria, o GPS do lado esquerdo (mesmo sem eu ter colocado um endereço para navegar) e um desenho do carro no meio. A vendedora me disse que o carro tem 12 sensores. Se outro veículo se aproximar, o painel vai piscar mostrando de onde vem o carro, eliminando problemas com pontos cegos. Pergunto então se esse carro dirige sozinho, como eu já tinha ouvido falar. Ela me responde que não. Todos os carros da Tesla vem de série com sensores que permitem que o carro freie se for colidir e se mantenha dentro da faixa automaticamente. O sistema de dirigir sozinho é um opcional, mas que não pode ser utilizado sem o motorista por questões de legislação (recomendo o vídeo no Instagram da Tesla, mostrando como o carro é capaz de sair dirigindo por aí, freiando na faixa de pedestre, semáforos etc). Ela também me conta que o Tesla pode se conectar com o seu portão da garagem então quando você chegar em casa, pode sair do carro que ele abre o portão e termina de se estacionar.

Painel Model-X

Utilizando a tela do meio do console, abro o teto solar, rebaixo um pouco a suspensão e altero a sensibilidade do voltante. O carro tem freio regenerativo (como os carros de F1), que recarrega as baterias com a frenagem. Há dois níveis de intensidade. Deixo no mais forte (e padrão) para experimentar.

Configurações do Model-X

Enquanto faço todas essas configurações, descubro que o carro já está ligado, mas o motor só liga efetivamente para movimentar o carro. Saio do estacionamento na concessionária e a vendedora me diz: “Aqui você pode acelerar um pouco”. Eu nem havia terminado a curva e acelerei com tudo em uma grande reta. A resposta do carro é absurda. Meu corpo colou no banco com força. É como se eu tivesse apertado para adiantar um filme. A resposta do carro, mesmo com 4 passageiros, é instantânea. Não tem “delay” para o carro começar a acelerar. A maioria dos carros derraparia quando acelerei na curva, mas o carro parecia grudado no chão, provavelmente devido às rodas aro 20″ e à tração 4×4 permanente. Em 2 ou 3 segundos, fomos de 20 a 100 km/h. Parei de acelerar, pois fiquei preocupado com os outros ocupantes. Talvez apenas eu teria entendido para acelerar e não os avisei disso. Apesar do susto, quando desacelerei o carro no semáforo, foi como se tivéssemos chegado ao final de uma montanha russa. Nossos corações estavam acelerados e estávamos todos rindo de nervosismo e adrenalina.

Atravessando o semáforo, pegamos uma rodovia no entorno da cidade. A adaptação ao carro foi rápida. No segundo semáforo, percebi que o freio regenerativo atuava como se eu estivesse andando com a 2a marcha engatada. O carro estava meio travado então mudei para o modo mais fraco. Agora sim, dirigi-lo ficou mais suave. Em uma bifurcação, tomei a pista paralela à direita e novamente me autorizaram a pisar um pouco, pois não havia carros. Os motores fizeram um barulho de elevador partindo e já estávamos com o velocímetro marcando 85, mas o carro não acelerava mais. Frustrado, perguntei se o carro estava com problema. Ela sorriu e me disse que como era um modelo de test drive, sua velocidade foi limitada. Fiz as contas e percebi que estávamos a 140 km/h, então, tirei o pé um pouco. Já estávamos chegando à concessionária. Fiz a última curva e novamente eu tinha uma boa reta, vazia e segura para acelerar. Instantaneamente fomos de 20 a 110km/h, e então chegamos ao destino final. A vendedora me pergunta se estou familiarizado com estacionar de ré. Achei engraçada a pergunta, mas me lembrei que assim que cheguei na loja, me deram um papel para assinar, me responsabilizando de qualquer dano ao veículo. Estacionar foi bem fácil, já que metade da tela mostra a câmera de ré com duas linhas sendo a trajetória do carro devido à curva dos pneus (bem parecido com o painel do civic, só que maior).

Voltando à concessionária, extremamente satisfeito, a vendedora me mostra o site da Tesla, onde posso montar um modelo como eu quiser. Infelizmente, mesmo com o imposto de importação para carros elétricos subsidiado, o carro chega ao Brasil com um valor alto. A Tesla já começou a fabricar o Model 3, um carro um pouco mais simples (0-100 em menos de 6s e autonomia de mais de 300 km), custando cerca de 1/3 do Model S. Eu explico à vendedora que o Tesla não é um carro apenas caro no Brasil. É super caro. E que tenho outras prioridades no momento, mas que faria o possível para apresentar ao mundo a revolução que a Tesla tem feito, levando cada componente dos carros ao estado da arte, simplesmente ignorando o que já existe no mercado automobilístico e trazendo um novo padrão de eficiência, segurança e conforto.

Link para montar o seu Tesla

 

Mateus De Sordi

Sócio-Diretor

Smartly Energia Sutentável

 

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